Veja como está o bloqueio do X no Brasil e os próximos passos
No início deste sábado (31), o X (antigo Twitter) começou a ficar indisponível no Brasil.
A partir dessa decisão, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi notificada para encaminhar o pedido de suspensão de acesso à rede social para as operadoras de internet no país.
Ainda na sexta-feira (30), a entidade Conexis Brasil Digital — que reúne Claro, TIM, Vivo, Oi, Algar Telecom e Sercomtel — confirmou o recebimento da notificação e informou que suas associadas “cumprirão decisões judiciais aplicáveis às suas redes”.
Segundo a entidade, porém, não há informações, até o momento, sobre o horário exato em que a determinação será cumprida, porque cada operadora tem o seu próprio tempo de implementação. A Conexis também informou que o número de clientes afetados por operadoras ainda não está disponível.
Como a plataforma sairá do ar? Na prática, o que a Anatel está fazendo é notificar os mais de 20 mil provedores de internet existentes no Brasil de quais endereços de IP devem ser bloqueados, explica o especialista em tecnologia, Arthur Igreja.
“O IP nada mais é do que um endereço único que é do site, do aplicativo, das plataformas que o X têm”, esclarece o especialista. “Então toda vez que nós digitamos, por exemplo, “X.com”, é o que se chama de máscara, porque há um endereço fácil de lembrar, mas no final das contas aquilo ali está mascarando um endereço IP, que são quatro campos, ou seja, um bocado de números, que as pessoas não lembrariam”, complementa.
De acordo com Igreja, uma vez que esses números que constituem o IP tenham sido incluídos em uma lista banida, quando os usuários digitarem o site que abriga a plataforma, não deve haver redirecionamento para nenhuma página.
O que acontece com a minha conta? A decisão do que acontecerá com a conta dos usuários no Brasil ficará a critério do X, segundo Igreja. Na avaliação do especialista, porém, é provável que as contas não sejam deletadas.
“Porque as contas foram feitas por usuários, então são e-mails e senhas, e isso independe do país em que você está acessando. É uma conta global. Então a minha estimativa é de que essas contas, e os conteúdos relacionados a elas, são coisas independentes do fato de aquele país ter bloqueado o acesso”, explica.
Nesse cenário, pessoas que estejam fora do Brasil, ou logadas em um VPN (Virtual Private Network), poderiam visualizar as contas dos usuários brasileiros.
“Claro que por uma política do Elon Musk, uma política do X, ele pode determinar que seja deletado e apagado, mas não seria o esperado”, acrescenta Igreja.